terça-feira, 18 de abril de 2023

Poesia - De repente

 




De repente

( LunA Daimon - 18/04/2023)


De repente você já tem 35 anos

De repente seus amigos seguiram por outros caminhos

De repente as flores secaram no livro

De repente os sorrisos em uma tarde quente se fechou

De repente o café esfriou

Enquanto escrevo a insanidade do mundo louco

Enquanto a chuva bagunça a cidade inteira

Enquanto a música mais tempestuosa toca

De repente a gente não sente os sentidos

O violão desafina

O vinho se torna amargo

As mãos nao alcançam mais o coração

Que era tão vívido

Quente

Pulsante

De repente a gente percebe

Que as coisas mudaram para sempre

E a saudade de uma tarde quente

Se torna lembranças

Dos sorrisos

Das crianças

Das danças

Início, meio e fim

Ciclos e reciclos indefinidos por mim

O mundo gira, as horas se esvaem,

E não encontramos nenhum caminho

De repente tenho tudo o que sempre quis

Mas o que quis não queria nada tão assim

Complexo, envolvente, tempestuoso, ardente.

E sobra-se um rosto gélido deprimente

Cada melodia do tempo 

Desesperadamente, perco a sanidade

Salve-me.

Do infinito mar do martírio.

De repente, a gente não é gente

E voltamos as novas esferas celestiais

Para reiniciar o mesmo caminho

Perdido.

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