De repente
( LunA Daimon - 18/04/2023)
De repente você já tem 35 anos
De repente seus amigos seguiram por outros caminhos
De repente as flores secaram no livro
De repente os sorrisos em uma tarde quente se fechou
De repente o café esfriou
Enquanto escrevo a insanidade do mundo louco
Enquanto a chuva bagunça a cidade inteira
Enquanto a música mais tempestuosa toca
De repente a gente não sente os sentidos
O violão desafina
O vinho se torna amargo
As mãos nao alcançam mais o coração
Que era tão vívido
Quente
Pulsante
De repente a gente percebe
Que as coisas mudaram para sempre
E a saudade de uma tarde quente
Se torna lembranças
Dos sorrisos
Das crianças
Das danças
Início, meio e fim
Ciclos e reciclos indefinidos por mim
O mundo gira, as horas se esvaem,
E não encontramos nenhum caminho
De repente tenho tudo o que sempre quis
Mas o que quis não queria nada tão assim
Complexo, envolvente, tempestuoso, ardente.
E sobra-se um rosto gélido deprimente
Cada melodia do tempo
Desesperadamente, perco a sanidade
Salve-me.
Do infinito mar do martírio.
De repente, a gente não é gente
E voltamos as novas esferas celestiais
Para reiniciar o mesmo caminho
Perdido.
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